quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Má retórica, boa comunicação

Concordo com os dois erros apontados por Camilo Lourenço (Jornal de Negócios) a Cavaco Silva na comunicação da semana passada: falou-se do acessório e desvalorizou-se futuras intervenções. Acrescento um terceiro: a mensagem não passou. Ou, se passou para um público-alvo específico, haveria outras formas de lá chegar sem "queimar cartuchos" ou pelo menos este tipo de míssel. O português comum percebeu que era qualquer coisa sobre os Açores.

Já não concordo com a opinião de Cavaco ser um mau comunicador. Se é certo que o dom oratório nunca o acompanhou, existem variáveis que podem suavizar a sua importância, tais como estratégia de comunicação. E aí, na escolha dos momentos, da sua forma e dos conteúdos das intervenções - o monstro de Guterres, a boa e má moeda para Santana Lopes, o anúncio da candidatura presidencial, etc. - conseguiu ofuscar a falta de retórica.

Desta vez, falhou em duas das três. O momento podia ser este, mas a vinda de urgência à tv desaconselhava-se e o conteúdo pedia outro formato.

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