terça-feira, 18 de março de 2008

Política/Internet: um espaço conflitual

Nas últimas eleições espanholas, apenas 15 por cento dos candidatos tinham um espaço pessoal na net. Mas os dois grandes partidos, PSOE e PP, apostaram forte nos novos meios de comunicação.
O problema é que, como provam estes números do El Pais, os políticos ainda duvidam – ou desconhecem – as potencialidades da net. Mas, hipocritamente, usam-na para (tentar) ganhar novos públicos que, ao mesmo tempo, desconfiam dos políticos.
O habitual “navegador” na net não liga a política e também desconfia do sistema que a envolve.
Os políticos têm de encarar as novas plataformas mediáticas como arena das suas disputas. Hoje, não sei se vale mais uma foto no “Público” ou um vídeo no “You Tube”, mas inclinar-me-ia para o segundo.
O estudo referia que 58 por cento dos internautas espanhóis têm menos de 35 anos, e os que têm entre 16 e 24 anos dedicam mais 22 por cento do seu tempo à net do que à televisão.
Números interessantes que nos EUA são utilizados à séria. Repare-se que a net trouxe uma capacidade de mobilização e arrecadação de fundos de que o grande triunfador é Obama.
Todos os candidatos americanos recorreram às novas ferramentas, os mais amadores pagaram por isso. É conhecido o caso de Denis Kucinich que ao montar o seu Face Book deparou, por falta de controlo, com um transsexual que se projectou através dele e proporcionou um dos momentos mais hilariantes de campanha.
A política deve usar e abusar da Internet. Ainda faz soundbyte, entra em território virgem e pode cativar o eleitorado mais jovem, o mais desapegado das lutas pelo poder. De conflitual a pacífico, será esse o sentido desta relação no futuro.

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