quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Quem se mete com a Sábado leva*

Já António Cunha Vaz tinha sido brindado com dois perfis na Sábado (referiam-se ao homem que assessorava Luís Filipe Vieira, primeiro, e Luís Filipe Menezes, depois), chegou a vez de Luís Paixão Martins. E, na linha das anteriores, a Sábado chama o lado negro para actor principal.

Uma diferença nisto de representações. A Sábado gosta mais (ou menos?) de António Cunha Vaz, já que o puxou para chamada de capa na altura - "o homem que fabricou Luís Filipe Menezes", recordo numa citação livre. Desta vez Paixão Martins perde o espaço para a interessante vida poligâmica, para o abc de Rebelde Way e para o assaltante de bancos comum.

Algumas notas sobre a peça:

- O nosso sector tem destas coisas: Cada perfil que sai, embora de pessoas diferentes, é sempre do homem mais poderoso, ou do mais influente ou da agência mais poderosa.

- A simbologia do lobby para os Media portugueses: Sombrio, muito sombrio. As fotos da Sábado repetem a fórmula das do Público a Cunha Vaz. Entradas escuras carregadas de negro.

- Confirmo que a boa conversa vale dinheiro.

- A Sábado não perde uma contradição: LPM vota nos seus candidatos, "ou seja quem lhe paga assessoria", mas esclarece "é preciso que eu queira". Deixa a Sábado nas entrelinhas: portanto, quer sempre, desde que seja seu candidato. Fait-divers da revista.

- "Lobista puro que vive do que faz e cobra": se lobista é termo nada grato para a opinião pública, para a área onde LPM se move não é negativo, até traz mais clientes.

- "Confirmo que sou a agência do regime..": apesar de Luís Paixão Martins dizer com condescendência esta frase, segundo a Sábado, fico sem saber qual o verdadeiro significado. Espero que não seja o de dizer de outra forma que é bom estar com o partido do Governo para ter as portas abertas para ter acesso directo e, eventualmente, sem concurso aos grandes projectos do Governo, administração pública e empresas públicas.

- Fico também a saber uma alcovitice, que não me aquece nem arrefece. Existe mais do que uma situação de conflito laboral no Tribunal de Trabalho entre LPM e colaboradores.

- Uma nota final, pessoal, para a foto da última página: não gosto da posição das mãos em baixo nas fotos, e raramente funcionam. Um lado mais angelical para contrastar com as da entrada?

Para acabar. Quando li esta nota de LPM já se previa que o nosso colega de blogosfera antecipava que o que vinha aí não era coisa boa.

* O título é uma plágio à Sábado, que plagiou Jorge Coelho, e neste caso nem se aplica porque se há coisa em que um bom comunicador, que LPM é sem margem de discussão, não se mete é ele próprio em entrevistas de perfil na Sábado.

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