quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Pedro V

Se há local que marcou os meus primeiros passos no jornalismo foi este bar ali perto do Príncipe Real.

Os srs. Juvenal e Antunes, sempre simpáticos e cordatos, faziam-nos sentir como que convidados na sua casa.

Por ali andavam políticos, jornalistas, pessoas da cultura. José Cardoso Pires amava os pasteis de bacalhau com arroz de tomate, João Soares levava o seu séquito que gostava de tertúlias, o Fausto Correia reunia amigos na mesa do canto, Jorge Jacinto – agora por terras de Moçambique – gostava de estar ao balcão a projectar a sua “Valor”, o José Saraiva, matador, com uma história engraçada sempre na ponta da língua e nunca me esqueço de uma primeira aula sobre o negócio – o global – dos jornais dada por um grande senhor, o José Rocha Vieira.

Tinha mais gente do PS do que de outros quadrantes, mas muitas conspirações, muitas notícias – com fontes em “on” e outras em “off” – muito escárnio e mal dizer divertido, tantas eram as bocas viperinas por metro quadrado, muitas histórias de vida e muitas amizades. Eu era apenas um miúdo em começo de carreira que seguia divertido aquelas pessoas que aprendi a conhecer.
Infelizmente o Pedro V vai fechar. Mas fica aberto no baú das memórias.

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